sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Bigodes, granadas, planos perfeitos


Saudade de quando os vilões de filme de ação usavam bigode. Um filme de ação com o vilão usando bigode não pode ser levado a sério. O bigode na cara do vilão é a certeza de que nem tudo está perdido no mundo. Se ele for chinês então, pode ter certeza que a diversão é garantida.
Talvez o problema do mundo seja este. Os vilões se levam muito a sério hoje em dia. Porque é impossível dominar a humanidade com um bigode na cara. No máximo, pode-se dominar a mesa de pebolim no bar, o mundo jamais. A possibilidade de destruir o planeta é inversamente proporcional ao volume do bigode de um vilão, a comunidade científica sabe disso.
Eles também não choram mais, nem gritam de dor, nem de susto. Nada como ver um vilão com bigode, costeletas e terno bege, gritando de susto na sua “sala de comando”, enquanto o mocinho do filme entra pela porta, aos farrapos, segurando uma metralhadora na mão, ou duas granadas previamente acionadas, caso este seja Bradock.
É isso, hoje os vilões se levam a sério demais. Eles realmente acreditam que podem dominar o mundo, através de sistemas de dados e da internet. Não há nada mais chato que vilão dominando o mundo pela internet. Além disso, gastam fortunas com roupas impecáveis, sempre bem alinhados, enquanto confabulam friamente mais um plano perfeito contra o mundo. Um plano tão bem bolado que, para o temor do telespectador, pode mesmo dar certo. E são maus de verdade, o que é pior. Nenhum deles têm compaixão, nem tampouco senso de humor. Vilão foi feito para apanhar, não para dar porrada ou aplicar “tortura psicológica”. Foi feito pra rolar pela escada, para fugir de helicóptero, dando risada, momentos antes do “esquadrão de elite” chegar e mandá-lo pelos ares com uma bazuca lançadora de granadas.
Por isso vilões, não se acanhem, deixem o bigode crescer, esqueçam o regime, tirem o terno com enchimento nos ombros do armário. O mundo agradecerá.

Pessoa Revisitado/ Poema Econômico Motivacional

Vale a pena?
Tudo vale a pena
Se a margem não é pequena