segunda-feira, 28 de julho de 2008

Olho para a mesa e está tudo lá
O extrato bancário, um pano de prato velho
Jogado, que eu usei para limpar a boca
A casa está vazia e está tudo em silêncio
E o silêncio me faz recordar
Da última briga que tive
Chata como todas as outras
Chata como aquele extrato bancário
E aquele pano de prato sujo
Penso em arrumar a mesa
Mas pego as chaves do carro
E vou embora dali.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Carpe Diem

Com um pé no ontem, outro no amanhã
Caminho com passos de equilibrista:
Se pendo para um lado, arqueio meu corpo
Por inteiro,
Para não tropeçar no passado
Se piso em falso, logo sei
Busquei apoio no futuro,
E quase tombei

Meu caminho é uma corda bamba
Sem começo, nem espaço,
E nela, o melhor que faço
É firmar meus pés e agarrar a vida
Esta corda infinita
Onde não há começo, nem atraso
Há apenas o momento e a certeza
Do agora
E do acaso