A noite vem à tona
E o homem olha para os lados
Vê as coisas de passagem
Nada de certezas
Apenas seus pés sujos em seus velhos sapatos
Para onde irei, pergunta o homem
Ele caminha sem rumo
Busca um canto para pousar
Um homem sem rumo é um homem morto, pensa
Mas para onde caminhar se o caminho é o seu lugar?
Para onde olhar se para onde olha
Vê a beleza da vida
O que buscar
Se o que ele tem já basta para seu simples paladar?
Vá para algum lugar!
O estranho diz
Vá à luta, vá buscar!
Diz o velho homem na calçada
Mas este é o meu lugar
Responde o homem com os velhos sapatos
Estes são os meus sapatos
E estão são meus pés calejados
Isto nada irá mudar
Se sapatos novos eu passar a usar
Nada irá mudar?
Diz a velha senhora
Não
Nada irá mudar
Pois o mundo e estes velhos sapatos
E o vento e a chuva
E a noite
Também pertencem ao meu lar!
E assim
O homem vai embora
Deixando o estranho, o velho
A senhora
Deixando tudo e continuando estar
Porque para trás
O homem de pés sujos e sapatos velhos
Não deixou nem um único olhar
quarta-feira, 19 de março de 2008
O homem de velhos sapatos
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Um comentário:
Namastê!
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