quinta-feira, 26 de julho de 2012


A Arte da Guerra – Passo a Passo­ - 02/2007



Criada pelos chineses por volta do ano 1000, e patenteada pelos japoneses 3 anos depois, a pólvora foi usada pela primeira vez como arma de fogo por um rei francês, quando tentava acender um rojão no Ano Novo.
Os americanos inventaram a bomba atômica, a internet e o estilingue, mas hoje isso tudo está à disposição dos inimigos dos Estados Unidos, à vista ou parcelado no cartão.
No livro A Arte da Guerra – Passo a Passo­, o historiador americano Maximilian Coxy examina a guerra de perto e alerta: Ela não cheira nada bem.


O livro “A Arte da Guerra”, de Sun Tzu, ainda continua influente em combates de guerra?
Maximilian Coxy - Hoje sabemos que a obra de Sun Tzu foi consultada por diversos militares ao longo da História. Os romanos leram e a traduziram para o latim. Napoleão pode ter lido também, mas provavelmente em uma versão pocket book, assim como os ingleses, mesmo que ambos não admitam isso. É provável que ainda hoje militares a consultem para a preparação de combates. Mas isso é difícil responder com certeza, já que ainda estou na página 11 do livro.

Quem os EUA devem temer: a China, a Coréia do Norte ou a Al Qaeda?
Coxy - Possivelmente uma combinação entre eles. Os Estados Unidos devem se preocupar com a China e a Coréia do Norte juntos, ou a Al Qaeda com a China, a Coréia do Norte com a Al Qaeda. Ou uma união entre os árabes e algum país latino americano. Ou ainda uma junção dos todos eles. Enfim, hoje os Estados Unidos devem temer qualquer coisa que se mova, basicamente.

E a China pode se tornar uma superpotência sem guerra?
Coxy -Historicamente não conheço nenhum país que tenha alcançado status de superpotência sem guerra. Alguns países entraram em superguerras, mas sem nenhuma potência. Esses se deram muito mal.
A verdade é que, normalmente, a potências já estabelecidas não dão espaço para que uma nova potência surja. E esse é o prelúdio de um confronto bélico. Analisando a situação dos Estados Unidos e da China hoje, podemos garantir que a melhor decisão a ser tomada é comprar um pacote turístico para as Bahamas e ficar por lá por tempo indeterminado.

Qual é o maior problema da China em questões armamentistas?
Coxy - O grande obstáculo da China, apesar de seu investimento por estruturação bélica e seu número gigantesco de soldados alistados, é o setor de comunicação. O problema é que a língua chinesa é tão difícil que nem os próprios chineses conseguem entender muito bem. Isso atrapalha um pouco as decisões em combate. Um exemplo clássico disso foi a conhecida batalha de Yun-Pé, em 1667. Um enorme batalhão chinês estava alinhado, aguardando ordens para invadir a região de Yun-Pé, na fronteira com o Vietnã. O coronel Wing Li então ordenou a todos que seguissem em direção nordeste, mas os soldados não entenderam o que o coronel tinha dito e rumaram para oeste, chegando a Paris 8 meses depois.

Dos militares citados em seu livro, quem é seu preferido?
Coxy - Tenho verdadeira admiração pelo Duque de Ashmor. No livro, conto um de seus primeiros combates, na Índia, em 1703. É inspirador relatar como ele enfrentou e venceu o exército Mongol. Os Mongóis tinham 4.500 homens bem treinados e fortemente armados, enquanto o batalhão de Ashmor possuía apenas 120 soldados, que usavam chinelos para se defender e palitos de dente para atacar. E um estudo revelou que a maioria deles estava completamente bêbada na hora do combate. Foi um feito impressionante.

Muito obrigado, Sr. Coxy.

Nenhum comentário: